21 de julho de 2022

O mercado imobiliário está em constante evolução e uma prova disso são as múltiplas novidades que têm surgido por aí. Diante desse contexto, manter-se informado é mais que uma escolha, é praticamente uma necessidade, tanto para quem atua no segmento de imóveis, quanto para aqueles que investem no mesmo. Dito isso, multipropriedade é o assunto da vez. Sendo assim, vamos ao que interessa.

O que é multipropriedade imobiliária?

Em suma, estamos falando de uma das diversas formas de investir em imóveis. Assim como o próprio nome sugere, uma multipropriedade possui vários proprietários que dividem entre si os direitos equivalentes ao seu uso.

Embora fuja das alternativas tradicionais, a multipropriedade tem ganhado cada vez mais espaço entre os investidores brasileiros e estrangeiros. “Fractional” e “time-sharing” (compartilhamento de tempo) são outros nomes para esse investimento imobiliário.

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Contudo, é importante ressaltar aqui algumas diferenças. Por exemplo, apesar do timeshare ser uma multipropriedade, nem toda multipropriedade inclui time-sharing. Confuso? Calma que a gente explica direitinho.

É comum confundi-los, mas basta ter em mente que o timeshare funciona mais como uma prestação de serviço oferecido aos consumidores que nem sempre são cotistas da unidade contratada.

Em contrapartida, o fractional é um meio termo entre a multipropriedade e o timeshare, visto que o cotista adquire apenas o direito de uso da propriedade e não a mesma.

A história desse tipo de economia compartilhada

Ao final da Segunda Guerra Mundial a economia do mundo ficou em um estado completamente precário. Como resultado disso, diversos segmentos tiveram de se adaptar à nova realidade, entre eles, o mercado imobiliário hoteleiro.

Embora não seja uma prática muito comum aqui no Brasil, na Europa e Estados Unidos muitas famílias têm a cultura de possuir casas de veraneio. Então, nesse cenário, a França estabeleceu uma iniciativa inovadora de investimento: pacotes fracionários de hospedagem.
 

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Dessa forma, um novo movimento passou a dividir a hospedagem entre quatro pessoas (cotistas), dando a eles o direito de usufruir das instalações durante três meses ao longo do ano. Posteriormente, os EUA adotaram a ideia, porém a dividiram por uma semana por ano.

Curiosamente, apesar de já existir há algum tempo em muitos países, a multipropriedade só passou a ser regulamentada aqui no Brasil a partir do ano de 2018. Esse foi o passo inicial para que os investidores enxergassem as possibilidades nesse tipo de transação.

Dito isso, a modalidade de investimento tem se mostrado bastante lucrativa no mercado imobiliário e promete tornar-se ainda mais popular nos próximos anos.

Como isso funciona na prática?

Bom, assim como dissemos acima, multipropriedades são imóveis nos quais você divide o tempo de uso com outras pessoas. Sendo assim, as cotas costumam ser divididas pela quantidade de semanas que um ano possui.

Como temos 52 semanas no ano, normalmente as cotas mínimas costumam ser representadas pelo preço total de venda dividido por esse número. Portanto, quem compra uma cota tem direito a utilizar o imóvel por uma semana.

Contudo, caso o proprietário queira utilizá-lo por mais tempo, basta adquirir mais cotas. Essa é a dinâmica utilizada nas multipropriedades.
 

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Embora não pareça um investimento positivo, vale ressaltar que aqueles que investem no time-sharing buscam, normalmente, casas de praia ou resorts para utilizar em um período específico do ano. Ademais, há quem adquira cotas para capitalizar a hospedagem.

Outro ponto positivo nesse modelo de investimento é o barateamento com taxas administrativas e custos de manutenção.

Tipos de modalidades de multipropriedades

Enquanto condomínios (tanto de casas quanto prédios), resorts, hotéis e flats podem ser englobados pela multipropriedade imobiliária, é importante pontuar que existem diferentes modalidades da mesma.

  • Acionária ou societária: nessa modalidade de multipropriedade imobiliária é estabelecida uma sociedade proprietária com emissão de ações ordinárias. Isso significa que, além de usufruir do imóvel como proprietário, o sócio torna-se um investidor ao passo que as ações podem ser comercializadas no futuro;
  • Imobiliária ou de complexo de lazer: essa modalidade é mais voltada para aqueles que buscam usufruir da estrutura completa de lazer e serviços do imóvel. Portanto, prioriza a experiência, mas não deixa de ser também um investimento;
  • Hoteleira: aqui o nome é auto sugestivo também, logo, o foco está no turismo. Embora o time sharing seja uma característica de multipropriedades no geral, nessa modalidade a divisão de uso por tempo é proporcional, o que possibilita a locação por parte dos proprietários.

Vantagens do compartilhamento de imóveis

  • Cenário oportuno: apenas 2% da população brasileira possui uma segunda residência utilizada exclusivamente para momentos de lazer. No entanto, uma casa de férias é um sonho partilhado por muitos e a multipropriedade torna esse desejo acessível;
  • Redução de custos: adquirir cotas de uma multipropriedade é uma ótima chance de investir com economia. só para ilustrar, os gastos com manutenção são bem menores, assim como a própria vacância em relação ao uso;
  • Possibilidade de rentabilidade: visto que a multipropriedade tem se tornado uma tendência no mercado imobiliário, esse é o momento ideal para adquirir cotas e revendê-las com lucro no futuro. Além disso, alugar o imóvel pode ser um bom negócio também. Segundo dados da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (ADIT), o valor Geral de Vendas (VGV) dos projetos multipropriedade já ultrapassa os 28 bilhões de reais;
  • Segurança jurídica: agora que a multipropriedade imobiliária é oficialmente reconhecida no Brasil há todo um suporte legal disponível para aqueles que almejam explorá-la.

O futuro da multipropriedade

Até aqui já ficou notável que a expansão do modelo multipropriedade é uma certeza. Porém, caso ainda reste alguma dúvida dessa promessa de forte expansão nacional. Especialistas têm apresentado análises do cenário.

Primeiramente, o mercado imobiliário do Brasil está atraindo cada vez mais investidores internacionais. Logo, é apenas uma questão de tempo para que o eixo Rio-São Paulo deixe de ser uma prioridade.
 

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Destinos localizados em regiões de serra, no interior ou em balneários são os próximos grandes alvos desse público. Tendo em vista que Goiânia foi considerada pela Urban Systems a sétima melhor cidade do Brasil para se investir em imóveis, basta ligar os pontos e iniciar a contagem regressiva para que a multipropriedade chegue com força até aqui.

“Estamos falando de regiões aconchegantes e que estão fortemente conectadas com o viés turístico, o que acaba atraindo um público maior, que compartilha do mesmo desejo de se afastar um pouco das grandes metrópoles, e deseja desfrutar dos benefícios que a multipropriedade oferece”, compartilhou Luciano Dutra, sócio do Gran Paradiso Campos do Jordão Resort, que funciona em regime de multipropriedade.

Além disso, complexos de lazer e parques aquáticos têm investido na diversificação das opções de hospitalidade para seus visitantes, oferecendo apartamentos que podem ser adquiridos em regime de cotas. Algo já adotado em Caldas Novas.
 

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“Esse formato é muito importante para as cidades, porque gera uma recorrência de visitas muito grande, o cliente cria um vínculo com o lugar. Além disso, fomenta toda a cadeia econômica, desde bares, restaurantes, bebidas e transporte, por exemplo, e acelera as vendas. Utilizamos a nossa experiência nesse empreendimento e acreditamos que ele veio para consolidar o nosso modelo de negócio. Nós percebemos uma resiliência muito grande dessa modalidade, que é nova no país”, afirmou Fernando Fonseca, sócio da ABL Prime, empresa goiana que investe em multipropriedades na região sul do Brasil.

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